Região

SC segue em colapso com UTIs lotadas e mais de 200 pessoas na fila dos hospitais

Os últimos dados desta terça-feira (02), indicam que Santa Catarina segue em colapso, com 95% das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) lotadas, mas na prática, com cerca de 261 pessoas aguardando vagas nos hospitais.

 

O Governo do Estado incluiu, na tabela que indica a lotação dos hospitais, uma nota que diz que os indicadores são “virtualmente inferiores” à taxa de ocupação real, considerando os horários de atualização e a alta oscilação e demanda de pacientes graves nas UTIs dos hospitais.

Atualmente, a tabela exibe somente 18 hospitais com algum leito disponível, sendo que são somente sete com leitos adultos livres, número que pode – e deve – ser ainda menor, dada a alta demanda.

Oeste e Grande Florianópolis seguem, inclusive nos dados do Estado, com 100% dos leitos adultos ocupados. A estimativa atual é que 1.266 dos 1.286 leitos estejam ocupados, sendo que são 815 pacientes da Covid-19 internados.

O Estado entra em corrida para abrir novos leitos enquanto a fila para internações aumentou. O procurador-geral do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), Fernando Comin, lamentou a situação crítica e disse que é hora de “unir esforços”, mas não poupou palavras ao citar o agravo da situação.

 

“Santa Catarina tem 261 pessoas na fila para de UTIs e muitas morrerão na fila de espera. Elas já estão morrendo. Na quarta (24) da semana passada, eram 30 pessoas na fila. Ontem [segunda, dia 1º], 261. O MP é o porta voz dessas famílias que têm parentes no ‘corredor da morte’”, disse.

 

A situação é tão grave que força os agentes de saúde a adotarem o protocolo universal dos hospitais, de ceder assistência aos pacientes que possuem mais chances de sobreviver.

 

“Vamos ter que escolher quem vem e quem fica, com base no quadro médico e idade”, lamenta a médica Paola David, diretora clínica do hospital Regional de Biguaçu, que também está em colapso, em entrevista ao ND+.

 

Autoridades judiciais, como o MPSC, já solicitaram uma restrição maior do que o lockdown atual, válido aos fins de semana, com um fechamento que durasse 14 dias, mas tiveram a recomendação negada.

Atualmente, Secretários de Saúde pleiteiam um lockdown nacional, que prevê suspensão de eventos, aulas presenciais, toque de recolher das 20h até às 6h, entre outras medidas. A cobrança ocorreu somente após o aumento drástico dos casos ativos e o colapso do sistema público de saúde.

 

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