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Polícia conclui investigações sobre chacina de Saudades

Na manhã de hoje (14), durante coletiva de imprensa, a Polícia divulgou mais detalhes sobre o ataque ocorrido em Saudades na última semana, que chocou todo o país. Um jovem de 18 anos, de posse de arma branca, invadiu uma creche e matou duas professoras e três crianças menores de dois anos, além de deixar mais uma ferida.

 

Segundo as informações repassadas pela Polícia, as investigações foram concluídas. Ao longo das diligencias foram ouvidas mais de 20 testemunhas, além do próprio jovem responsável pelo ataque. Ainda no hospital, ele repassou todos os detalhes de como realizaria o massacre.

Durante as investigações, foram extraídos dados dos equipamentos eletrônicos do autor do crime, que permitiu, através da troca de informações com outros estados do Brasil, impedir ações semelhantes. Esses fatos não teriam ligação direta com o crime de Saudades, porém, permitiu-se verificar que outras pessoas tinham intenções semelhantes aos do jovem de Saudades.

Naquela manhã, o autor dos crimes teria saído normalmente para trabalhar. Durante o intervalo, passou em casa e logo depois foi para a creche. Desde o início, seu objetivo era matar o maior número possível de pessoas. Ainda segundo a polícia, essa ação foi planejada desde o ano passado, sendo um crime totalmente premeditado.

Inicialmente, o foco seria invadir outra escola e matar jovens conhecidos, que teriam estudado com ele. Porém, como não conseguiu adquirir arma de fogo, somente arma branca, escolheu a creche, onde as mulheres e crianças não teriam condições de defesa.

Ainda segundo a polícia, o autor agiu de forma consciente desde o início, quando começou o planejamento da ação. “Ele tinha pressa, agiu com frieza, covardia e crueldade, e deve ser responsabilizado por isso”, disse a polícia.

Ao fim da investigação, ele foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados, além de uma tentativa de homicídio triplamente qualificado. Desde o dia do crime ele teve a prisão preventiva decretada e logo após a saída do hospital continuou preso. O inquérito policial deve ser encaminhado ainda hoje para o Ministério Público, que dará continuidade ao caso.

Quando questionado sobre a motivação do crime, a polícia disse ter buscado apoio junto a psicóloga da equipe. Foi constatado que o jovem era isolado, com dificuldades de relacionamento muito acima do normal. Ele teria entrado num mundo onde tinha contato com violência, atos violentos e pessoas que estimulavam o ódio dentro dele a ponto de resolver descarregar isso em alguém, na população em geral.

As duas armas brancas utilizadas no crime foram adquiridas pela internet e chegaram a casa dele cinco dias antes do crime. A família tinha conhecimento, estranhou o fato, mas não entendeu os motivos. Ninguém suspeitava do que ele estaria planejando, disse a polícia.

As investigações foram realizadas pela Polícia Civil, com total apoio das forças de segurança de Santa Catarina e também da Homeland Security Investigations, que faz parte da embaixada americana no Brasil.