Geral

“Estrela de Belém” avistada no século 17 poderá ser observada em SC nesta semana

A “grande conjunção”, raro alinhamento de Júpiter e Saturno, pode ser visto de toda Santa Catarina nesta semana. O fenômeno fica visível entre os dias 16 e 21 de dezembro – o ápice ocorre na noite desta segunda-feira (21).

 

Os dois planetas chegarão o mais próximo já visto um do outro desde 1623 e 1226, formando pontos próximos extremamente brilhantes. O fenômeno pode ser visto a olho nu.

O alinhamento não acontecia há pelo menos 397 anos – ou, segundo alguns astrônomos, desde o século 13. Essa formação também é conhecida como “Estrela de Belém” e “Estrela de Natal”.

Uma grande parcela dos habitantes da Terra vai conseguir observar o alinhamento, desde que não chova.

No entanto, o segredo para conseguir uma boa visualização é se posicionar em direção ao pôr do sol, ao Oeste, de acordo Roberto Kalbusch Saito, professor do curso de Física da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

“[Será em] uma posição próxima de onde o sol está se pondo, e logo acima vão estar Júpiter e Saturno. Eles vão sumir em torno de 21h, lembrando que a gente não está em horário de verão”, aponta o físico.

Onde assistir

De acordo com o professor, os melhores locais em Santa Catarina são onde o horizonte é mais limpo. No entanto, a posição das cidades no Estado não vai influenciar muito na observação.

“Quanto mais para o Oeste, o fenômeno vai seguir até um pouco mais tarde, cerca de no máximo meia hora, mas independente da cidade, seja no Litoral ou no Oeste catarinense, a visualização é a mesma”, garante.

A partir do pôr do sol, em torno de 19h, a “Estrela de Natal” poderá ser vista. Porém, ela desaparecerá perto de 21h.

Em Florianópolis, Saito indica os bairros de Sambaqui, Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha como bons pontos para observação. 

“Porque o horizonte é o mais livre possível. Não será tão escuro, mas é mais limpo. Não adianta ir na Lagoa da Conceição com o morro enorme lá, tem que ter o horizonte o mais limpo possível do lado do pôr do sol”, ressalta.

Raridade do fenômeno

O que torna o alinhamento tão raro é a sincronia do movimento entre os três planetas, especialmente a posição da Terra em relação a Júpiter e Saturno.

“A Terra leva um ano para dar a volta no Sol, Júpiter leva 12 anos e Saturno, 30 anos. Então, são apenas em algumas datas que você tem Júpiter e Saturno na mesma posição no céu. Nós vamos estar o mais próximo deles também, coincide de estar todo mundo próximo”, diz.

Mesmo assim, o professor chama atenção para que o alinhamento é relativamente comum entre planetas. 

“Imagina um carrossel, está todo mundo girando em torno do Sol. De tempos em tempos, como cada planeta tem uma órbita com um período diferente, em algum momento há algum tipo de alinhamento bonito. Porém, não com essa magnitude”, explica.

Informações ND Online – Foto: Observatório da UFSC