A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classificou o Carbendazim como cancerígeno para humanos e baniu o uso do fungicida no Brasil em decisão divulgada nesta semana. O produto, usado para tratamento de sementes e aplicação foliar em culturas como algodão, arroz, feijão, trigo, milho, soja e citros, estava presente há décadas na agricultura daqui.
Segundo a consultoria Global Crop Protection, o setor será impactado pela ausência do produto e terá desafio adicional de agora em diante: lidar com novas suspensões de ingredientes ativos que poderão ocorrer.
Depois do Paraquat e do Carbendazim, outros estão na fila para revisão, como o Tiofanato Metílico. Esse é considerado o principal substituto para o Carbendazim.
O professor sênior da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), José Menten, me disse que se a agência reguladora seguir o mesmo rigor adotado na reavaliação do Carbendazim, há chance de o Tiofanato Metílico também ser banido. Aí, a agricultura brasileira ficará sem nenhum substituto do mesmo grupo de fungicidas.
O Carbendazim foi banido e agora outros 4 fungicidas, 1 herbicida e 1 inseticida ainda serão reavaliados. Não há data para definição do processo. De 2006 para cá, dos 19 ingredientes ativos revisados pela Anvisa, 12 foram proibidos.
Após a proibição do uso, produção, importação e comercialização do Carbendazim, que vale para todos os produtos técnicos e formulados, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) quer reverter a decisão da Anvisa. Ainda está em estudo qual instrumento deverá ser utilizado para tentar suspender a medida.
Informações e foto Jovem Pan News