Santa Catarina enfrenta alerta para pontes em situação crítica

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) confirmou que 11 pontes em rodovias federais de Santa Catarina estão classificadas como em situação “crítica” ou “ruim”, conforme revelou a coluna de Renato Igor, da NSC. Destas, apenas uma possui contrato de recuperação em execução. A informação é alarmante, considerando o intenso tráfego nas estradas durante a temporada de verão.

Uma estrutura em condição crítica, segundo especialistas, está em risco iminente de colapso, ou seja, possibilidade de queda. Para exemplificar, a ponte que desabou em dezembro na divisa entre Maranhão e Tocantins estava classificada como “ruim”, um nível menos grave do que “crítico”.

O engenheiro civil Sérgio Beck, presidente do Instituto Catarinense de Avaliações e Perícias (IBAPE), destacou o risco concreto associado à classificação. “Se uma ponte está no estado crítico, ela precisa ser monitorada diariamente. Está a ponto de cair”, afirmou Beck, alertando para a gravidade do cenário.

As 11 estruturas identificadas pelo DNIT em Santa Catarina estão distribuídas pelas seguintes rodovias:

• BR-101: Itajaí – km 3,88
• BR-158: Palmitos – km 145
• BR-280: Joinville – km 38,24; Araquari – km 24,95 e km 27,6; Rio Negrinho – km 128,98; São Francisco do Sul – km 7,21
• BR-470: Blumenau – km 50,91 e km 57,85; Apiúna – km 111,11
• BR-477: Blumenau – km 206,06

Entre elas, a ponte na BR-470, no km 111 em Apiúna, é a mais preocupante, de acordo com o DNIT. Esta é a única estrutura com contrato de recuperação em andamento, que já ultrapassou a metade da execução.

Divergências e medidas emergenciais

O DNIT defendeu que a classificação das pontes é preventiva e que não há risco imediato de tragédia. O superintendente do órgão em Santa Catarina, Alysson de Andrade, afirmou que inspeções serão realizadas em janeiro para verificar a necessidade de medidas adicionais. Apesar disso, o IBAPE refutou a posição oficial, enfatizando que estruturas em estado crítico representam perigo real.

Atualmente, Santa Catarina conta com mais de 1.500 km de rodovias federais e 387 pontes sob responsabilidade do DNIT. Andrade destacou que o percentual de pontes em condições ruins ou críticas caiu de 6%, em 2022, para 2%.

 Transparência e cobrança

A coluna também criticou a falta de transparência do DNIT, que inicialmente não detalhou as localizações das pontes em questão. A pressão da imprensa garantiu a divulgação de quilometragens, mas ainda não está claro quais estruturas são “críticas” ou “ruins”. A presidente do Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina, Roberta Maas, informou que buscará apoio do CREA e do IBAPE para criar um grupo técnico que possa fiscalizar as condições das pontes e cobrar providências.

A repercussão do caso junto à bancada federal catarinense deverá ganhar força nos próximos dias, mas o temor é que ações preventivas só sejam aceleradas em caso de tragédia.

Fonte: Renato Igor, NSC.