Um grupo envolvido em um dos maiores roubos a banco do país, ocorrido em novembro de 2019, em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, foi condenado a penas que passam de 500 anos de prisão. Segundo o Ministério Público, a condenação envolveu 17 réus – 13 homens e 4 mulheres.
Em 2020, eles roubaram cerca de R$ 130 milhões do Banco do Brasil, numa ação que causou terror e pânico na cidade catarinense. Os acusados respondem por organização criminosa e roubo, além dos crimes conexos de dano qualificado, incêndio e uso de documento falso em dois processos, os quais foram julgados em conjunto.
Relembre o crime
O assalto ocorreu entre a noite do dia 30 de novembro e 1º de dezembro. Diversos homens fortemente armados ocuparam a região central da cidade, onde fica a tesouraria regional do banco. Com uso de extrema violência, técnicas de contenção e forte armamento, inclusive armas de fogo de grosso calibre e capazes de derrubar aeronaves, os acusados agiram por cerca de duas horas.
A ação exigiu a participação de diversas pessoas, com locação de imóveis, uso de veículos blindados, descaracterizados e até roubados, armas de fogo de uso restrito e de elevado poder lesivo, explosivos e veículos incendiados para impedir a atuação das autoridades policiais.
Além disso, o prédio da corporação foi alvejado e atacado pelos criminosos, com utilização de automóveis incendiados, o que impossibilitou uma pronta reação e o trabalho dos policiais naquela mesma madrugada.
O grupo criminoso fez de reféns vários funcionários públicos que realizavam a manutenção das ruas naquela noite. Eles foram forçados a servir de “barreira humana” contra intervenção policial.
Condenação
Um dos réus foi condenado a 50 anos e dois meses de reclusão, em regime fechado, e 10 meses de detenção. Outros quatro réus a penas individuais que variam de 41 anos e 11 meses de reclusão e 11 meses de detenção a 43 anos e sete meses de reclusão e um ano de detenção.
Um grupo de seis acusados teve penas fixadas entre 36 anos e quatro meses de reclusão e 10 meses de detenção e 38 anos e quatro meses de reclusão e 10 meses de detenção. Outros seis foram condenados a 9 anos de reclusão. A Justiça negou a 10 réus o direito de recorrer da sentença em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça.
Policial baleado
Durante o assalto naquela noite, um policial militar foi baleado e ficou gravemente ferido. Ele foi atingido no peito com um tiro de fuzil e hoje se encontra em estado vegetativo.
O tiro afetou o fígado, os dois pulmões, rins e resultou na retirada de 25% do estômago do homem, que passou oito dias intubado.
Ele passou mais de três meses internado – um de UTI e dois de hospital. Após receber alta para continuar o tratamento médico em casa, o policial passou a ser cuidado pela mãe que é técnica de enfermagem.
A família chegou a fazer campanha para arrecadar fundos para o tratamento dele, e um vídeo emocionante da mãe ganhou as redes sociais.
Informações Oeste Mais