O primeiro boletim do monitoramento da cigarrinha-do-milho na safra 2024/25 em Santa Catarina traz uma boa notícia para os produtores. Os principais patógenos do complexo do enfezamento, como o fitoplasma do enfezamento vermelho, o espiroplasma do enfezamento pálido e o vírus do raiado fino, não foram detectados nesta primeira avaliação.
A informação foi confirmada por Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, pesquisadora da Epagri responsável pelo monitoramento. “Os testes realizados na primeira semana de monitoramento mostraram que apenas o vírus do mosaico estriado foi encontrado em amostras de insetos”, explicou Maria Cristina. Ela também destacou que esse vírus é ainda pouco conhecido dentro do patossistema e recentemente foi associado à cigarrinha-do-milho. Embora os estudos sobre seu impacto na produção ainda estejam em andamento, acredita-se que ele não tenha grande expressividade em termos de sintomas e perdas na planta.
Programa Monitora Milho SC
O monitoramento é parte do programa Monitora Milho SC, criado em 2021 pelo Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-Milho e Patógenos Associados. O comitê é formado por diversas entidades, incluindo Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.
O objetivo do comitê é fornecer informações atualizadas e semanais sobre a situação da cigarrinha-do-milho e a infectividade natural desses insetos nas lavouras catarinenses. “A ideia não é emitir alertas ou recomendações de aplicação de defensivos, mas sim manter os produtores informados e atentos à situação”, explicou a pesquisadora.
Monitoramento Abrange 60 Lavouras no Estado
O programa de monitoramento da safra 2024/25 prevê a divulgação de 40 boletins semanais, que detalharão as condições em 60 lavouras de milho distribuídas pelo Estado. O primeiro boletim, que cobre o período de entressafra, indica uma baixa incidência de cigarrinha-do-milho em muitas áreas onde serão plantadas as próximas lavouras, possivelmente devido ao inverno, que pode ter reduzido a população natural do inseto.
Além disso, Maria Cristina ressaltou que a baixa presença do inseto pode ser também resultado do bom manejo do milho tiguera, ou voluntário, pelos produtores. Essas plantas, que crescem espontaneamente durante a entressafra, podem abrigar cigarrinhas infectadas e comprometer a safra seguinte se não forem adequadamente controladas.
O monitoramento continuará durante toda a safra e a safrinha, com participação ativa da Epagri, Cidasc e Udesc, que contribuem com análises científicas para o trabalho.