Criar uma nova infraestrutura no campo para tornar a empresa rural mais sólida e atrativa passa pelo investimento na ampliação de redes de energia trifásica. Essa é uma premissa que defendo, com base em situações registradas em todas as regiões de Santa Catarina, nas quais o produtor esbarra com a falta da segurança para investir em novos equipamentos, ou precisa ser seletivo no seu cotidiano, desligando determinada máquina para poder acionar outra, sob pena de prejuízos com as seguidas quedas de energia.
Este será o tema de duas grandes audiências públicas que provoquei, no âmbito da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. As audiências serão realizadas, no próximo dia 11, às 19h no Centro de Eventos, em Xaxim, e no dia 12 em São Miguel do Oeste, às 15h, na Câmara de Vereadores local.
Há muito, as redes trifásicas se tornaram uma imperiosa necessidade para a família rural, para o produtor que gerencia sua propriedade como uma empresa, dentro de padrões modernos em busca de eficiência e diversificação de atividades. Com menos força de trabalho disponível, se faz necessário investir em tecnologia e equipamentos que com uso da informática otimizem rotinas, de modo a assegurar ganhos significativos no controle de procedimentos e a redução do esforço laboral.
Hoje só é possível pensar em avicultura com modernos equipamentos para controle de temperatura e ventilação dos aviários e para a distribuição de ração. O mesmo se aplica à produção de leite, tanto para a ordenha como no processo de resfriamento e guarda, até que a coleta aconteça. Não é muito diferente com a produção de suínos, com processos de rotina. Maquinários para as mais diversas atividades são comuns e necessários. Isso sem contar que a família do campo preza o conforto e faz uso de diversos eletrodomésticos.
A alternativa da geração própria de energia com painéis solares nem sempre é suficiente para atender a demanda das propriedades. E a perspectiva de futuro da família rural passa pela tecnificação das atividades. Essa é a condição fundamental para que o futuro no campo seja atrativo ao jovem, para garantir a sucessão no comando da propriedade rural. Esse se tornou um desafio cada vez maior nas últimas décadas. Afinal, como manter filhos no campo sem o conforto que a energia segura proporciona, com internet e a possibilidade do jovem buscar conhecimento, até mesmo através de cursos de ensino a distância?
Por tudo o que significa para o futuro é que precisamos discutir como avançar cada vez mais na expansão de redes trifásicas. Para que os beneficiários possam planejar investimentos, amparados em um programa de estado capaz de impulsionar a atividade do campo, com perspectivas para quem vê sua propriedade como uma empresa e quer viabilizar o futuro de sua família.
Nossa Assembleia Legislativa tem espaço aberto para um amplo debate sobre esse tema. Levamos em conta exemplos do quanto a transformação acontece em locais onde a energia trifásica já chegou, e a mudança que o padrão de segurança no atendimento às demandas proporciona. Os benefícios desse investimento devem ser considerados, tanto do ponto de vista econômico como social.
Artigo escrito pelo Deputado Mauro de Nadal
Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina